- O que estava a ver com tanta atenção? - perguntou uma.
- Aquela estrela! Aquela bonita estrela - respondeu o cacique, apontando para a vitória-régia.
As crianças ficaram admiradas e trocaram um olhar significativo. A vitória-régia era uma estrela? Pobre cacique! Ele percebeu o espanto das crianças e disse-lhes:
- Não tenham medo! Não fiquei doido, não. Não acreditam que a vitória-régia seja uma estrela? Então ouçam:
" Há muitos e muitos anos, nem eu sei quantos, na nossa tribo vivia uma índia, muito jovem e muito bonita, a quem tinham contado que a lua era um guerreiro forte e poderoso. A moça apaixonou-se por esse guerreiro e não quis casar-se com nenhum dos índios da tribo. Não fazia outra coisa senão esperar que a lua surgisse. Aí, então, punha os olhos no céu e não via mais nada. Só o poderoso guerreiro. Muitas vezes, ela saía a correr pela floresta, os braços erguidos, procurando agarrar a lua.
Todos na tribo tinham pena da índia, pena de vê-la dominada por um sonho tão louco.
E o tempo foi passando... contudo, o sonho não deixava a pobre moça em paz. Queria ir para o céu. Queria transformar-se numa estrela, numa estrela tão bonita, que fosse admirada pela lua. Mas a lua continuava distante e indiferente, desprezando o desejo da jovem. Quando não havia luar, a rapariga permanecia aborrecida na sua oca, sem falar com ninguém. Eram inúteis os esforços dos amigos e parentes para que ela ficasse com as outras moças. Continuava recolhida, silenciosa, até a lua aparecer novamente.
Numa noite em que o luar estava mais bonito do que nunca, transformando em prata a paisagem da floresta, a moça repetiu a sua tentativa. Chegando à beira da lagoa, viu a lua refletida no meio das águas tranquilas e acreditou que ela tinha descido do céu para se banhar ali. Finalmente, ia conhecer o famoso e poderoso guerreiro. Sem hesitar, a índia atirou-se às águas profundas e nadou em direção à imagem da lua. Quando percebeu que tinha sido ilusão, tentou voltar, mas as forças faltaram-lhe e morreu afogada.
A lua, que era, como eu disse, um guerreiro forte e poderoso, uma espécie de deus, viu o que tinha acontecido e ficou compadecida. Sentiu remorso por não ter transformado a formosa índia numa estrela do céu. Agora era tarde. A moça ia pertencer, para sempre, às águas profundas da lagoa. Porém, já que não era possível transformá-la numa estrela do céu, como ela tanto desejara, podia transformá-la numa estrela das águas. Uma flor que seria a rainha das flores aquáticas.
E, assim, a formosa índia foi transformada na vitória-régia. À noite, essa maravilhosa flor abre-se, permitindo que a lua a ilumine e revele a sua impressionante beleza.
Verbos
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1ª conjugação
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2ª conjugação
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3ª conjugação
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Lenda do guaraná
Em uma aldeia dos índios Maués havia um casal, com um único filho, muito bom, alegre e saudável. Era muito querido por todos de sua aldeia, o que levava a crer que no futuro seria um grande chefe guerreiro.
Isto fez com que Jurupari, o Deus do mal, sentisse muita inveja do menino. Por isso resolveu matá-lo. Então Jurupari transformou-se numa enorme serpente e, enquanto o indiozinho estava distraído, colhendo frutinhas na floresta, ela atacou e matou a pobre criança.
Seus pais, que de nada desconfiavam, esperaram em vão pela volta do indiozinho, até que o Sol foi embora. Veio a noite e a Lua começou a brilhar no céu iluminando toda a floresta. Seus pais já estavam desesperados com a demora do menino. Então toda a tribo se reuniu para procurá-lo.
Quando o encontraram morto na floresta, uma grande tristeza tomou conta da tribo. Ninguém conseguia conter as lágrimas. Neste exato momento uma grande tempestade caiu sobre a floresta e um raio veio atingir bem de perto do corpo do menino.
Todos ficaram muito assustados. A índia-mãe disse: “- É Tupã que se compadece de nós. Quer que enterremos os olhos de meu filho, para que nasça uma fruteira, que será nossa felicidade”.
Assim foi feito. Os índios plantaram os olhinhos da criança imediatamente, conforme o desejo de Tupã, o rei do trovão.
Alguns dias se passaram e no local nasceu uma plantinha que os índios ainda não conheciam. Era o guaranazeiro. É por isso que os frutos do guaraná são sementes negras rodeadas por uma película branca, muito semelhante a um olho humano.
Agora, diz aí, quem não gosta de guaraná?
1- Leia o trecho ”Em uma aldeia dos índios Maués havia um casal, com um único filho, muito bom, alegre e saudável. Era muito querido por todos de sua aldeia, o que levava a crer que no futuro seria um grande chefe guerreiro”. Por este trecho podemos afirmar que o texto é uma:
( ) notícia de jornal.
( ) propaganda.
( ) lenda.
2- Na frase “Isto fez com que Jurupari, O Deus do mal, sentisse inveja do menino”, a palavra grifada faz referência a:
( ) ao fato do indiozinho ser muito querido.
( ) aos pais do indiozinho.
( ) À enorme serpente.
3- No trecho “... enquanto o indiozinho estava distraído, colhendo frutinhas na floresta, ela atacou e matou a pobre criança”, as palavras grifadas dão idéia de que o índio:
( ) era indefeso.
( ) estava perdido na floresta.
( ) era medroso.
4- Da saída do indiozinho até o momento em que a família o encontra, passaram-se
( ) dois dias.
( ) algumas horas.
( ) uma semana.
5- Leia o trecho “Isto fez com que Jurupari, o Deus do mal, sentisse muita inveja...” Marque a frase em que a vírgula é utilizada da mesma maneira.
( ) ... com um único filho, muito bom, alegre e saudável.
( ) Agora, diz aí, quem não gosto de guaraná?
( ) Brasil, país do futebol, é também o país do guaraná.
6- De acordo com o texto, a frase que explica como o guaraná nasceu é:
( ) “Diz a lenda que o guaraná nasceu de uma paixão”.
( ) “Os índios plantaram os olhinhos da criança e dias depois nasceu uma planta: o guara-nazeiro”.
( ) “ Nascia na Fazenda Santa Helena o laboratório para produção do guaraná”.
7- No trecho “... É Tupã que se compadece de nós. Quer que enterremos os olhos de meu filho, para que nasça uma fruteira, que será nossa felicidade”, as aspas são utilizadas para:
( ) Marcar a oração dos índios.
( ) destacar a fala de Tupã.
( ) marcar a fala da mãe do indiozinho.
8- No trecho “... ela atacou e matou a pobre criança”, a expressão grifada significa que o índio:
( ) não tem o necessário para viver.
( ) é um mendigo.
( ) inspira compaixão.
9- A frase “Agora diz aí, quem não gosta de guaraná”, é um jeito popular do adolescente falar. Se fosse escrita para pessoas idosas ficaria
( ) A maioria das pessoas gosta de guaraná, não é?
( ) Só bobo não se liga em guaraná!
( ) Galera, quem não gosta de guaraná?
10-Os frutos do guaraná são parecidos com os olhos humanos porque são:
( ) frutos mágicos de Deus Tupã.
( ) sementes negras rodeadas por uma película branca.
( ) os olhinhos da criança da tribo Maués.
O Saci
Gente da cidade grande, acostumada com a luz elétrica, entregador de pizza, televisão, poluição, telefone celular, trânsito e computador, não entende nada de Saci e só vai ver o Saci no dia de São Nunca.
Acontece que o Saci é filho do mistério, filho do vento que assobia, filho das sombras que formam figuras no escuro da floresta, filho do medo da assombração. O Saci é uma dessas coisas que ninguém explica.
Por exemplo. É muito fácil explicar uma casa. Ela tem tijolos, portas, paredes, janelas e serve para morar. É muito fácil também explicar um cachorro. É um animal mamífero, pertence à espécie canina, abana o rabo, às vezes morde, faz xixi no poste, é amigo das pulgas e serve para latir e tomar conta de casas e apartamentos.
Agora, tente explicar o gosto. por que tem gente que gosta de uma coisa e gente que gosta justo do contrário?
Experimente explicar a beleza ou explicar um sentimento ou as coincidências que acontecem ou o gosto ou os sonhos, os acasos ou um pressentimento. Você já teve um pressentimento? Já sentiu que uma coisa ia acontecer e, no fim, ela aconteceu mesmo? Pois bem, agora tente explicar!
Às vezes a gente está calmamente em casa com uma coisa na mão. O telefone toca. A gente atende. Bate um papo. Quando desliga, cadê a coisa que a gente estava segurando? Sumiu! A gente não consegue acreditar. A coisa estava aqui agorinha mesmo! A gente procura em todo o canto, xinga, reclama, arranca os cabelos, vira a casa de cabeça para baixo e nada. De repente, olha pro lado... não é possível! A coisa estava ali o tempo todo bem na cara da gente!
Numa casa de caboclo, quando isso acontece, as pessoas dizem que foi obra do Saci. Dizem que o Saci tem mania de esconder as coisas e depois fica escondido, dando risada, enquanto a gente faz papel de bobo.
O Saci é um ser misterioso habitante do mato. Sua aparência é de um negrinho pequeno e risonho, de uma perna só, com um capuz vermelho enterrado na cabeça, sem pelos no corpo, nem órgãos para fazer xixi e cocô. Costuma ter três dedos nas mãos, que são furadas, e, quando quer , solta um assobio misterioso e fica invisível. Além disso, vive com o joelho machucado e as comandar os mosquitos, pernilongos e pulgas que vivem atazanando a vida da gente. Tem outra coisa: O malandrinho aprecia fumar cachimbo e consegue soltar fumaça pelos olhos! quando está de bom humor, pode ajudar as pessoas a encontrar objetos perdidos. Em compensação, adora pregar as piores peças nos outros: faz os viajantes errarem seu caminho, esconde dinheiro e coisas de estimação, faz vasos, pratos e copos caírem sem motivo e quebrarem, gosta de judiar dos bichos e é especialista em fazer comida gostosa dar dor de barriga. De vez em quando, o Saci sai girando em volta de si mesmo, feito um pião maluco, e gira tanto,tanto tanto que até levanta as folhas secas e a poeira do chão. Aliás, muitos afirmam que é só por isso que existem os rodamoinhos.
O Saci tem vários nomes, dependendo da região onde aparece: pode ser Saci Cererê, Saci Taperê, Saci Pererê, Saci Saçura, Saci Siriri, Saci Trique. Às vezes é chamado de Matitaperê, Matintapereira ou Sem – Fim, que na verdade, são nomes de pássaros. É que em certos lugares, dizem, o danado, quando perseguido, dá risada, vira passarinho e desaparece deixando todo mundo de queixo caído.
O Saci pode ser perigoso. Às vezes chama as criancinhas, canta, dança, inventa lindas histórias e acaba fazendo as infelizes se perderem na floresta. Pode também fazer um caçador entrar no mato e nunca mais voltar.
Para dominar o Saci só tem um jeito: primeiro, pegar uma peneira. Segundo, esperar um rodamoinho dos fortes. Terceiro, atirar a peneira bem em cima do pé de vento. Quarto, agarrar o Saci que aparecer preso na peneira. Quinto, arrancar seu capuz e, sexto prender o espertinho dentro de uma garrafa. Sem aquele gorro vermelho o Saci fica apavorado, ameaça, geme, choraminga, fala palavrão, implora e acaba fazendo tudo que a gente quer.
Pode até ser bom morar na cidade, mas como seria gostoso, um dia, assim, de repente, encontrar um Saci de verdade fazendo bagunça, fumando cachimbo, soltando fumaça pelos olhos, virando passarinho e sumindo no espaço!
(Ricardo Azevedo. Armazém do folclore. São Paulo, Ática, 2000. p. 18 a 20)
1 – O que o texto trouxe de novidade sobre o Saci que você ainda não sabia?
2 – Quem é o autor do texto?
3 – De onde o texto foi tirado?
4 – Segundo o texto, gente da cidade grande não entende nada de Saci. Você concorda com isso? Por quê?
5 – O autor diz que o Saci é uma coisa que ninguém explica, que é mais fácil explicar uma casa ou um cachorro. Por quê?
6 – A quem o autor se refere quando fala em caboclo?
7 – Indique no texto a parte referente às características físicas do Saci.
8 – Quais são os nome que o Saci recebe conforme a região onde aparece?
9 – Na região onde você mora, como o Saci é conhecido?
10 – por que em alguns lugares, ele recebe nome de pássaros?
11 – Indique as frases que mostram o jeito de ser e de agir do Saci.
( ) Tem mania de esconder as coisas.
( ) Gosta de ver as pessoas fazendo papel de bobas.
( ) É mal – humorado.
( ) É brincalhão.
( ) Fuma cachimbo.
( ) Protege os bichos.
( ) Auxilia os caçadores a se localizarem nas florestas.
( ) Gosta de judiar dos bichos.
( ) Tem bom humor.
( ) Esconde dinheiro e as coisas de estimação.
( ) Faz um caçador entrar na mata e nunca mais voltar.
12 – Em sua opinião, qual foi a intenção do autor ao escrever este texto?
13 – Quanto s parágrafos possui este texto?
14 – Releia o penúltimo parágrafo e desenhe, no caderno, as etapas de como pegar um Saci.
15 – Você sabia que o Saci ganhou um dia só para ele no nosso calendário? Em dupla pesquise que dia é esse e porque foi escolhido para homenageá-lo.
16 – Transcreva os substantivos comuns que aparecem no primeiro parágrafo colocando – os em ordem alfabética.
17 – Encontre, no texto, palavras que não seguem a norma culta da Língua Portuguesa.
18 - Releia o terceiro parágrafo e destaque somente os verbos que da 1ª e 2ª conjugação, desconsiderando o verbo ser. Em seguida complete o quadro.
Verbos | Modo indicativo - Futuro do presente |
Eu _____ Tu _________Ele ________Nós ________Vós _______Eles/elas______ | |
19 – Depois de ter lido o texto sobre o Saci, você deve ter imaginado muitas traquinagens que ele é capaz de fazer. Você poderá escolher entre duas opções de proposta de produção:
Importante lembrar:
· Caracterizar personagens.
· Caracterizar o lugar onde acontece a história.
· Colocar elementos para deixar a história mais emocionante.
· Letra legível.
· Palavras escritas corretamente.
· Pontuar adequadamente.
O SOL E A LUA
O Sol tinha acabado de passar um pouco de curare em suas flechas e guardava e zarabatana bem à mão, pronto para atirar das árvores, prestando atenção ao menor movimento das folhas. De repente, ouviu uma gargalhada que o fez voltar-se. Sem perceber, acabara de passar por um garoto que estava sentado ao pé de uma árvore com dois magníficos papagaios.
O Sol se deteve e resolveu descansar um pouco junto deles. Nem viu o tempo passar, e, quando se deu conta, o dia já estava acabando. Não conseguia sair de perto dos dois papagaios que tanto o divertiam.
Assim, propôs ao menino levar os dois papagaios em troca de seu calar de plumas. O garoto estava muito preocupado com sua aparência, pois acabara de completar dez anos. Agora já poderia pintar o corpo com urucum e jenipapo. Seus cabelos acabavam de ser cortados, e, quando crescessem de novo ele teria direito de prendê-los ou fazer tranças. Seria um rapazinho...
Já tinha as maçãs do rosto pintadas. Imaginava-se entrando na aldeia com aquele cocar de plumas. Aceitou com alegria o oferecimento do Sol e lá se foi, dançando, em direção à aldeia.
O Sol também estava com pressa, louco para mostrar a seu amigo Lua os dois papagaios. O amigo ficou maravilhado com a beleza e plumagem dos pássaros e se divertiu muito com as palavras engraçadas que eles diziam. assim, resolveu adotar um deles.
Escolheu o verde de cabeça amarela e o deixou colocar em sua oca, empoleirado num pedaço de pau que enfiou no chão.
O Sol também fez um poleiro para seu papagaio e o alimentou com grãos e sementes de todo tipo.
Na manhã seguinte, os amigos Lua e Sol foram pescar levaram o arco e a flecha, e também arpões, para o caso de encontrarem pirarucu, que era o seu peixe favorito, mas dificílimo de pegar. Ao anoitecer, voltando para casa, estavam muitos cansados e não tiveram forças para preparar os peixes que haviam pescado. Deitaram-se nas esteiras e logo dormiram.
Os papagaios pareciam triste por vê-los assim, e naquela noite ficaram em silêncio. Nos dias que se seguiram, o Sol e seu companheiro Lua não conseguiam entender por que os papagaios estavam tão tristes. Quando os pegavam nas mãos para que se empoleirassem nos dedos, tentando ensiná-los a falar, os pássaros pareciam não mais se divertir.
Mas um dia, ao voltarem da caça, tiveram uma dupla surpresa. Primeiro, os papagaios foram ao encontro deles, falando como nunca. Saltitavam de um ombro para outro, como se quisessem cantar e dançar. Dentro da oca, uma surpresa ainda maior os aguardavam: junto ao fogo havia duas grandes vasilhas com cassaripe fumegente! Quem teria preparado a comida? Eles se sentaram, comeram todo o delicioso pirão e se deitaram. Mas não conseguiam dormir. Que mistério! Os papagaios os olhavam com um ar divertido. Se pudessem falar, será que podiam contar o que havia acontecido?
No dia seguinte, quando foram caçar, os do0is tinham a cabeça cheia de perguntas sem respostas. Enquanto isso, na oca, acontecia uma cena estranha.
Os dois papagaios se transformaram pouco a pouco em duas moças encantadoras, de cabelos longos, pretos e brilhantes como a noite sob a chuva. Quando a metamorfose se completou, uma delas se escondeu perto da porta para ver quando os dois amigos voltavam, enquanto a outra preparava a refeição.
_ Depressa, não temos muito tempo! Hoje eles disseram que chegariam mais cedo. Temos que acabar antes que voltem. Quando chegam da caça, eles vêm tão cansados!
E que surpresa tiveram os dois mais uma vez! Resolveram que, no dia seguinte, voltariam mais cedo e entrariam escondidos pelos fundos. Dito e feito: deslumbrados com a beleza das duas moças, apaixonaram-se por elas e suplicaram que nunca mais se transformassem em papagaios de novo. Fizeram uma grande festa para celebrar os casamentos. Mas a casa havia ficado pequena demais para quatro pessoas, e por isso decidiram se revezar para ocupá-la. O Sol e a mulher escolheram o dia. Lua aceitou a noite. É por isso que nunca vemos o Sol e a Lua ao mesmo tempo no céu.
KUSS, Daniele. A Amazônia, mitos e lendas. Tradução Ana Maria Machado. São Paulo: Ática, 1995. p.12.
1 – Leitura oral por um aluno ou o professor.
2 – Leitura individual silenciosamente.
3 – A partir da leitura da lenda, elabore uma síntese, isto é, um resumo sobre ela.
Lembre-se que na síntese, que é a reprodução do texto em poucas palavras, você deverá conservar as informações essenciais, organizando-as de modo a colocá-las numa sequêmcia lógica – começo, meio e fim – e encadeando-as através do uso dos elementos de coesão.
‘para facilitar o seu trabalho, o9bserve alguns passos:
· Ler todo o texto para se inteirar do assunto;
· Reler esse texto, várias vezes, sublinhando frases ou palavras que ajudem a identificar as idéias principais do texto;
· Separar as explicações mais detalhadas da parte informativa mais abrangente e geral;
· Observar as palavras que fazem a ligação entre os diferentes assuntos (de repente, assim, pois, quando, enquanto, por isso, etc.);
· Resumir cada parágrafo, pois cada um encerra idéias diferentes;
· Ler todos os parágrafos resumidos para dar uma estrutura de texto adequada ao resumo e ao encadeamento do texto.
Na prática da análise lingüística pode-se trabalhar a escrita de algumas palavras como por exemplo: de repente.
Completar o quadro com palavras retiradas do texto:
Escreve-se separado | Escreve-se junto |
A lenda das borboletas
Isso aconteceu quando Jesus ainda era menino.
Um dia, ele saiu bem cedo para apanhar água no bosque.
Era primavera e o bosque estava coberto de flores: margaridas do campo, jasmim, madressilvas, miosótis...
Jesus parou para admirar o colorido das flores quando a brisa soprou mais forte. E o sopro da brisa carregou várias florezinhas que, despetaladas, caíram aqui e ali. Algumas bem próximas de Jesus.
Os olhos do menino encheram – se de lágrimas. Ele pensava: daqui a pouco, elas murcham e nunca mais enfeitam o bosque.
Então Ele abaixou – se e, delicadamente, foi erguendo as pétalas e soprando – as de leve para o alto.
Ao sopro mágico, as pétalas foram se transformando em aveludadas e coloridas asas, que saíram a bailar entre as ramagens, beijando as plantas em que haviam nascido.
E foi assim que surgiram as borboletas.
Interpretação:
1- Responda com frases completas:
a) Em que estação do ano se passa a história?______________________________________________________________
b) Como estava o bosque naquela ocasião?_____________________________________________________________
c) O que fez Jesus quando viu as flores?
____________________________________________________________________
2 – Numere na ordem dos acontecimentos:
( ) As florezinhas caíram despetaladas.
( ) Jesus parou para admirar as flores.
( ) Jesus transformou as flores em borboletas.
( ) A brisa soprou mais forte.
3 - Complete, esclarecendo por que aconteceram os fatos:
a) Os olhos do menino encheram – se de lágrimas porque_______________________________________________________________
_____________________________________________________________________
b) As borboletas surgiram porque _____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
4 - Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª:
( 1 ) lenda ( ) ramos de uma planta
( 2 ) brisa ( ) tradição popular
( 3 ) ramagem ( ) vento fresco
5 – Pesquise e anote o ciclo de vida da borboleta.
Palavras
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Significados
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Imitar
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Atitude
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Zombar
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Maravilhoso
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orgulhoso
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orgulhoso – bondoso – corajoso – poderoso – orgulhosa – bondosa – poderosa - corajosa
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E toda vez que o Sol se punha ela chorava lágrimas de chuva.
A Lua falava com a estrelinha que assim não podia ser. Que a estrela nasceu para brilhar à noite e que não tinha sentido esse amor.
Mas a estrelinha amava cada raio de sol como se fosse a única luz de sua vida. Esquecia até sua própria luzinha.
Um dia ela foi falar com o Rei dos Ventos para pedir a sua ajuda, pois queria ficar olhando o Sol, sentindo o seu calor eternamente.
O Rei dos Ventos disse que seu sonho era impossível, a não ser que ela abandonasse o céu e fosse morar na Terra, deixando de ser estrela.
A estrelinha não pensou duas vezes: virou uma estrela cadente e caiu na Terra em forma de semente.
O Rei dos Ventos plantou esta sementinha com muito carinho e regou com as mais lindas chuvas.
A sementinha virou planta. As suas pétalas foram se abrindo, girando devagarinho, seguindo o giro do Sol no céu.
É por isso que os girassóis até hoje explodem seu amor em lindas pétalas amarelas.
- Sementes e a Germinação.
- O que é germinação?
- O que é uma semente?
- O que a planta necessita para sobreviver?
- Vasinhos
- Terra vegetal
- Sementes de girassol
Há muito tempo, vivia à beira de um rio uma tribo de índios. Dela fazia parte um casal muito feliz: Itagibá e Potira. Itagibá, que quer dizer braço forte, era um guerreiro robusto e destemido. Potira, cujo nome quer dizer flor era uma índia jovem e formosa.
Vivia o casal tranqüilo e venturoso, quando rebentou uma guerra contra uma tribo vizinha. Itagibá teve de partir para a luta. E foi com profundo pesar que se despediu da esposa querida e acompanhou os outros guerreiros. Potira não derramou uma só lágrima, mas seguiu com os olhos cheios de tristeza, a canoa que conduzia o esposo, até que a mesma desapareceu na curva do rio.
Passaram-se muitos dias sem que Itagibá voltasse à taba. Todas as tardes; a índia esperava, à n\margem do rio, o regresso do esposo amado. Seu coração sangrava de saudade, mas permanecia serena e confiante, na esperança de que Itagibá voltaria à taba.
Finalmente, Potira foi informada de que seu esposo jamais regressaria. Ele havia morrido como um herói, lutando contra o inimigo. Ao ter essa notícia, Potira perdeu a calma que mantivera até então e derramou lágrimas copiosas.
Vencida pelo sofrimento, Potira passou o resto de sua vida, a beira do rio, chorando sem cessar. Suas lágrimas puras e brilhantes misturaram-se com as areias brancas do rio.
A dor imensa da índia impressionou Tupã, o rei dos deuses. E este, para perpetuar a lembrança do grande amor de Potira, transformou suas lágrimas em diamantes.
Daí a razão pela qual os diamantes são encontrados entre os cascalhos dos rios e regatos. Seu brilho e pureza recordam as lágrimas de Potira.